“O Leitor” ( The Reader) é um
filme do diretor Stephen Daldry, baseado no livro de Bernhard Schlink. A história
se passa na Alemanha, logo após a Segunda Guerra. Michael Berg (Ralph Fiennes),
aos quinze anos de idade, conheceu Hanna Schmitz (Kate Winslet, uma mulher
solitária, bem mais velha que ele, com quem começa a ter uma relação de afeto e
sua iniciação sexual.
Eles se encontram sempre e Michael
lê trechos de livros para Hanna, já que ela gosta de ouvir. Em troca, ela faz
amor com ele, num ritual onde ambos se sentem realizados em seus anseios. Com o
passar do tempo a relação estreita-se, mas eles separam-se, pois Michael vai
para a faculdade e quando volta descobre que sua amante desapareceu.
Anos depois eles se reencontram. Quando Michael está na faculdade de Direito, assiste a um julgamento e descobre
que Hanna é acusada de participar dos horrores do campo de concentração de
Auschwitz.
A partir deste ponto começam as
interrogações de Michael a respeito de Hanna. Ele revive as lembranças,
perturbado agora pelo desejo de justiça e liberdade para ela, mas percebendo
que a amante parece guardar um segredo que ele considera bem mais forte,
escondido por trás das acusações de crimes de guerra que recaem sobre a amada....
O restante fica por conta de
vocês! Vale a pena descobrirem, lerem, assistirem, se emocionarem com essa bela narrativa.
Deixo aqui uma fala do personagem Michael, nas partes finais
do livro e que acho perfeita para descrever a obra:
"Primeiro quis escrever nossa história para livrar-me dela. Mas
para esse objetivo as lembranças não vieram. Então notei como a nossa história
estava escapando de mim e quis recolhê-la de novo por meio do trabalho de
escrever, mas isso também não destravou as memórias. Há alguns anos deixo nossa
história em paz. Fiz as pazes com ela. E ela retornou, detalhe após detalhe, de
uma maneira redonda, fechada e direcionada que já não me deixa triste. Que
história triste, pensei durante muito tempo. Não que eu pense agora que ela é
feliz. Mas penso que é verdadeira e, diante disso, perguntar se é triste ou
feliz é algo que não faz sentido” "
Por Lu Amorim