domingo, 26 de janeiro de 2014

Sobre um dia desses da vida, aprendi: não extrapole!

Extrapolar!
Essa é a palavra pouco usada, que num momento qualquer de sua vida pode surgir inesperadamente.
E ela significa o que bem expressa: ultrapassar os limites conhecidos.
Foi assim que num dia qualquer, um bebum na parada de ônibus, vendo uma discussão cujo dilema era: "chama ou não chama o táxi", tomou uma atitude, chamou o táxi, que os "sóbrios" esperavam  há minutos passar.
O táxi parou, ninguém foi!
Para o bêbado "vocês extrapolaram e não sabem distinguir!"
Pedir ele pediu, e vocês, por que não foram? =)




Uma dica do que assistir: "O mordomo da Casa Branca" do diretor Lee Daniels




"O mundo enfrentava mudanças, e eu não sabia o meu lugar." 

 (Cecil Gaines, protagonista de O mordomo da Casa Branca

 

  Acabei de assistir e recomendo, o filme O Mordomo da Casa Branca, com título original The Butler, dirigido por Lee Daniels (mesmo diretor de Preciosa) e baseado na história real de Eugene Allen, um ex mordomo que prestou serviços aos presidentes americanos por mais de trinta anos. O protagonista é Cecil Gaines, belíssimamente interpretado por Forest Whitaker.

A história de Cecil começa a ser contada pelo ano de 1926, quando ele ainda menino presenciou o assassinato de seu pai, morto pelo filho de seu patrão, ao ouvir os gritos da esposa que por vezes é violentada por ele, nas plantações de algodão.

A matriarca da casa, comovida com a situação do menino e na tentativa de amenizar o sofrimento causado pelo filho, leva-o para morar na Casa Grande e servir como um "negro de casa", onde aos poucos Cecil aprende o ofício de servir.

Temendo a morte Cecil deixa a fazenda de algodão, a mãe que ficara louca após a morte do marido e a senhora que o protegeu, e sai em busca de um futuro melhor. Após perceber um mundo de dificuldades, ele finalmente é ajudado por um empregado negro de um hotel de onde roubara alimentos num momento de fome e desespero. O velho homem bondosamente o treina para ser um excelente mordomo em um luxuoso hotel. Nesse mesmo estabelecimento, um funcionário da Casa Branca percebe o refinamento de Cecil, e tempos depois o convida para o cargo de mordomo na residência presidencial.

No ínterim dos acontecimentos retratados no filme que marcaram a história americana, vê-se também a história familiar do mordomo, os conflitos com o filho mais velho que é ativista dos direitos dos negros, a mulher ( excelente atuação de Oprah Winfrey) que por vezes parece não compreender a ausência do marido e seus afazeres no trabalho, e os próprios questionamentos de Cecil sobre o papel dos negros no seu país.

O autor tenta mostrar a subserviência daqueles que se calaram e pareceram ser contra aos movimentos que lutavam pelos direitos civis dos negros nos anos 60. Porém, o filme se detém também em mostrar as mudanças pelas quais a política americana foi sofrendo para ajustar-se à necessidade de responder aos protestos desse povo que tanto lutou por seus direitos. No filme, são mencionados e representados em algumas cenas , importantes figuras negras que lutaram pela igualdade como Martin Luther King, Malcom X, além de ilustres presidentes americanos, terminando a narrativa destes com a eleição de Obama.

Um elenco primoroso, uma passagem rápida pela história americana, a vida de um mordomo que presenciou os grandes acontecimentos do famoso Salão Oval, pequenas mostras do preço pago pelos negros ativistas e seus grandes líderes, garantem a esta película grandes elogios da crítica e em geral dos apreciadores de uma boa obra cinematográfica.


 
 Por LAS


quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

O que é.



Olha, desnudando-se, sabe que lá está a resposta que procura.
Não está lá fora, olhando pela varanda,nem dentro em seus aposentos.
É bem mais profundo, bem mais secreto, é além da pele, é seu ósculo da alma, é você, como só você sabe que é.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Tarde de amoras e maçãs


De fato, na tarde devagar e divagante, você era como a maçã. Tinha uma certa exigência do frio, assim como a macieira precisa do clima ameno pra se produzir..
Mas você era das doces maçãs...a deliciosa, a vermelha suculenta, a mordida desejada... tinha o cheiroso aroma da fruta recém-colhida, ávida de um toque de mãos que a acolha.
Era ainda tarde, e eu amora...
O que dizer das amoras, meus amores e de teus sabores?
Do meu clima temperado, fruta doce e pouco ácida, quase que completamente água, antioxidante.Eu, néctareo da geleia, do doce, dos vinhos e licores..amor, amora..
Nossa tarde, nosso gosto, na mistura e nas cores, nas delícias e deleites.


Forget!


Às vezes, só às vezes, a prática do esquecimento proposital é o segredo para progredir em certos acontecimentos da vida...

Na corda bamba...




 O circo é uma das atividades culturais que muito apreciamos quando crianças. Afinal, que pequenino, e também muitos adultos, não se encantam com a beleza de um espetáculo circense?

Foi relembrando dessas minhas andanças pelos circos, que cheguei à conclusão de que andar pela vida, é quase como andar na corda bamba do trapezista.Sabe, aquele friozinho na barriga que sentimos com medo do artista cair antes de chegar ao fim da corda, que nos deixa de olhos vidrados na postura do artista tentando manter-se equilibrado e garantir a beleza da apresentação?

Andar na corda bamba exige treino! Muito!... Tem que ter-se paciência, manter o foco, possuir coragem, ousadia e força de vontade para recomeçar quando caímos. Deve-se ter firmeza, experimentar a tensão das cordas, deixá-la o mais próxima do chão até que tenhamos mais prática. Tem que se evitar olhar para os pés, olhar para frente sempre, estabilizar o quadril, sempre de braços esticados, movendo-os para manter o equilíbrio.

Pensei, que metaforicamente no nosso cotidiano, muitas vezes estamos numa corda bamba imaginária, tentando que equilibrar-se num mundo agitado, cheio de informações e acontecimentos bons e ruins a cada minuto. As tensões que precisamos vivenciar nos treinam para constatar que temos limites e que deveríamos observá-los para ter reações mais pró-ativas e que não nos adoeçam mentalmente.

A corda mais próxima ao chão, me fez pensar que estar o mais perto da realidade, nos traz a segurança que precisamos para poder mais adiante ir organizando nossos próprios sonhos e projetos de vida, até que possamos aumentar a distância entre o chão e a corda, entre o que somos e temos e o que sonhamos ser e ter.

E um detalhe importante que devemos atentar para passarmos firme pela corda bamba, são os braços esticados, sim, bem abertos, receptivos, assim como se fôssemos abraçar o vento...assim como se fôssemos abrir os braços e receber a vida, de peito aberto e sem medos...

Viver é como andar na corda bamba, todos os dias, e saber que vivendo aprendemos a nos equilibrar na corda chamada mundo.