O circo é uma das atividades culturais que muito apreciamos
quando crianças. Afinal, que pequenino, e também muitos adultos, não se encantam
com a beleza de um espetáculo circense?
Foi relembrando dessas minhas andanças pelos circos, que
cheguei à conclusão de que andar pela vida, é quase como andar na corda bamba
do trapezista.Sabe, aquele friozinho na barriga que sentimos com medo do
artista cair antes de chegar ao fim da corda, que nos deixa de olhos vidrados
na postura do artista tentando manter-se equilibrado e garantir a beleza da
apresentação?
Andar na corda bamba exige treino! Muito!... Tem que ter-se
paciência, manter o foco, possuir coragem, ousadia e força de vontade para
recomeçar quando caímos. Deve-se ter firmeza, experimentar a tensão das cordas,
deixá-la o mais próxima do chão até que tenhamos mais prática. Tem que se
evitar olhar para os pés, olhar para frente sempre, estabilizar o quadril,
sempre de braços esticados, movendo-os para manter o equilíbrio.
Pensei, que metaforicamente no nosso cotidiano, muitas vezes
estamos numa corda bamba imaginária, tentando que equilibrar-se num mundo
agitado, cheio de informações e acontecimentos bons e ruins a cada minuto. As
tensões que precisamos vivenciar nos treinam para constatar que temos limites e
que deveríamos observá-los para ter reações mais pró-ativas e que não nos
adoeçam mentalmente.
A corda mais próxima ao chão, me fez pensar que estar o mais
perto da realidade, nos traz a segurança que precisamos para poder mais adiante
ir organizando nossos próprios sonhos e projetos de vida, até que possamos
aumentar a distância entre o chão e a corda, entre o que somos e temos e o que sonhamos
ser e ter.
E um detalhe importante que devemos atentar para passarmos firme
pela corda bamba, são os braços esticados, sim, bem abertos, receptivos, assim
como se fôssemos abraçar o vento...assim como se fôssemos abrir os braços e
receber a vida, de peito aberto e sem medos...
Viver é como andar na corda bamba, todos os dias, e saber
que vivendo aprendemos a nos equilibrar na corda chamada mundo.
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