Outro dia, flagrei-me pensando nas
formigas...Sim, nas formigas! Aliás, quem nunca parou para observá-las nos seus
tempos de criança? Acho quase impossível esse minúsculo e fascinante universo
nunca ter nos roubado a atenção nos dias de infância, em que se tinha tempo e
disposição para apreciar e valorizar a natureza. E cabe até dizer que as
formigas são pequeninos seres, mas, protagonistas de de fábulas a citações bíblicas. Eis que lá estão elas lembradas pela sua sabedoria, em Provérbios 30,25: “As formigas são um povo imponente mas no verão preparam sua
comida”.
O
certo é que, envolta em tais pensamentos a respeito dos formicídeos, também recordei-me de um
documentário que havia assistido sobre umas tais formigas africanas, insetos
interessantes! Considerei relevante, peculiar e até aterrorizante o fato de conseguirem matar um ser humano asfixiado! E diga-se de passagem, que sempre achei as formigas dignas de proteção, já que as pobrezinhas são cegas e se orientam por cheiros e contando os passos!
As formigas vivem em sociedade, em
hierarquia.. as operárias (também conhecidas como soldados ou obreiras), as
rainhas, os machos...
E de tais observações, comecei a ponderar como até na natureza a classe menor (no caso as formigas soldado ou operárias) podem
desprovidas de certa habilidade, acredito eu, imprescindível para os que vivem
no mundo animal: a de enxergar!
Normalmente,
a formiga rainha que apenas se dedicará a reproduzir-se, tem menos neurônios do
que as formigas obreiras, os machos depois de reproduzir não tardam morrer Além
do mais as operárias vivem cerca de um ano, as rainhas podem viver vinte anos
ou até mais.
Se pararmos para pensar, há uma
certa semelhança entre o universo das formigas e o nosso. Obviamente, uma coisa
é a cegueira física, outra aquela que paralisa o olhar crítico sobre os
acontecimentos que nos rodeiam.
Aprende-se a viver em meio à incapacidade de
avançar nas possibilidades, de romper limites impostos, muitas vezes
subliminarmente incutidos em nossas mentes por uma parte da sociedade que é
corrupta e que insistentemente tenta alienar e cegar os seus constituintes para
manter a plataforma dos “poucos fortes”, dotados de poder, e de uma “visão
aguçada” para perceber que jamais se manterão em tal posição se não utilizassem
de instrumentos pouco éticos.
Retardar
e impedir o acesso efetivo à uma educação técnica, ética e de princípios, que
levem todos a ampliarem as suas capacidades de discernir, de questionar e
realizarem mudanças no mundo que contextualizam tem sido, mais que uma pedra no
caminho, mas um muro de impedimento para o verdadeiro progresso.
A
belíssima máxima constitucional é de que “somos todos iguais e temos direitos
perante a lei”. Quem dera, tal texto transpusesse o verbalismo, e as letras
correntes de um papel e fossem de fato uma motivação para que atos que dizem
respeito ao comum fossem frutos de ações mais justas e concretas.
Já diz o dito popular que em terra de cego
quem tem um olho é rei. Quem dera esse rei de um olho só pudesse estabelecer
seu reinado com o máximo de justiça, pelos que infelizmente não conseguem ver.
O Brasil é hoje, segundo estudos,
um país com cerca de vinte bilionários. Mas, de fato também é formado de milhares
de pobres e miseráveis... Então acredito que sempre é hora de pensarmos em sermos
as formiguinhas operárias com alma de rainhas.
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