segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Elas, as formiguinhas...


Outro dia, flagrei-me pensando nas formigas...Sim, nas formigas! Aliás, quem nunca parou para observá-las nos seus tempos de criança? Acho quase impossível esse minúsculo e fascinante universo nunca ter nos roubado a atenção nos dias de infância, em que se tinha tempo e disposição para apreciar e valorizar a natureza. E cabe até dizer que as formigas são pequeninos seres, mas, protagonistas de de fábulas a citações bíblicas. Eis que lá estão elas     lembradas pela sua sabedoria, em Provérbios 30,25: “As formigas são um povo imponente mas no verão preparam sua comida”.
            O certo é que, envolta em tais pensamentos a respeito dos  formicídeos, também recordei-me de um documentário que havia assistido sobre umas tais formigas africanas, insetos interessantes! Considerei relevante, peculiar e até aterrorizante o fato de conseguirem matar um ser humano asfixiado! E diga-se de passagem, que sempre achei as formigas dignas de proteção, já que as pobrezinhas são cegas e se orientam por cheiros e contando os passos!
As formigas vivem em sociedade, em hierarquia.. as operárias (também conhecidas como soldados ou obreiras), as rainhas, os machos... 
E de tais observações, comecei a ponderar como até na natureza a classe menor (no caso as formigas soldado ou operárias) podem desprovidas de certa habilidade, acredito eu, imprescindível para os que vivem no mundo animal: a de enxergar!
            Normalmente, a formiga rainha que apenas se dedicará a reproduzir-se, tem menos neurônios do que as formigas obreiras, os machos depois de reproduzir não tardam morrer Além do mais as operárias vivem cerca de um ano, as rainhas podem viver vinte anos ou até mais.
Se pararmos para pensar, há uma certa semelhança entre o universo das formigas e o nosso. Obviamente, uma coisa é a cegueira física, outra aquela que paralisa o olhar crítico sobre os acontecimentos que nos rodeiam.
             
           Aprende-se a viver em meio à incapacidade de avançar nas possibilidades, de romper limites impostos, muitas vezes subliminarmente incutidos em nossas mentes por uma parte da sociedade que é corrupta e que insistentemente tenta alienar e cegar os seus constituintes para manter a plataforma dos “poucos fortes”, dotados de poder, e de uma “visão aguçada” para perceber que jamais se manterão em tal posição se não utilizassem de instrumentos pouco éticos.
            Retardar e impedir o acesso efetivo à uma educação técnica, ética e de princípios, que levem todos a ampliarem as suas capacidades de discernir, de questionar e realizarem mudanças no mundo que contextualizam tem sido, mais que uma pedra no caminho, mas um muro de impedimento para o verdadeiro progresso.
            A belíssima máxima constitucional é de que “somos todos iguais e temos direitos perante a lei”. Quem dera, tal texto transpusesse o verbalismo, e as letras correntes de um papel e fossem de fato uma motivação para que atos que dizem respeito ao comum fossem frutos de ações mais justas e concretas.
 Já diz o dito popular que em terra de cego quem tem um olho é rei. Quem dera esse rei de um olho só pudesse estabelecer seu reinado com o máximo de justiça, pelos que infelizmente não conseguem ver.
O Brasil é hoje, segundo estudos, um país com cerca de vinte bilionários. Mas, de fato também é formado de milhares de pobres e miseráveis... Então acredito que sempre é hora de pensarmos em sermos as formiguinhas operárias com alma de  rainhas.

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